Na parede interna, alguém fez uma declaração de amor para Márcia: abandono do prédio público |
Cerca de R$ 800 mil. Este foi o montante de recursos aplicados na construção do Terminal Turístico e Rodoviário de Barra Grande, vilarejo situado no município de Cajueiro da Praia, no litoral do Piauí. O lugar é, hoje, o principal destino turístico do estado. E, há muito, carecia de obra de tal envergadura.
No entanto, dois anos e meio depois de sua construção e inauguração, o espaço não tem nenhuma utilização prática. Pelo contrário. Está servindo, de acordo com moradores, de abrigo para animais e pessoas desocupadas. O lugar está tomado pelo lixo e pela depreciação.
Nele podem ser vistas frases colocadas aleatoriamente e em virtude da falta de cuidado do governo do estado. Nenhuma vigilância existe para garantir a preservação do patrimônio, haja vista que não está sendo utilizado. As paredes estão tomadas por pichações nos dois pisos existentes. No entanto, muita sujeira.
O Terminal foi inaugurado com muito estardalhaço em julho de 2018, com o propósito de receber os turistas que chegam ao vilarejo, além de organizar os espaços públicos. Conta com 785,44m² de área construída, sendo dois pavimentos, e conta com boxes para empresas de transporte de passageiros, lojas de souvenires e vendas de passagens, praça de alimentação, área administrativa e estacionamento. Tudo sem qualquer utilização.
O Terminal Turístico e Rodoviário de Barra Grande começou a ser construído em 2010. Em 2011, em virtude da lentidão, foi alvo de fiscalização do Ministério do Turismo. Na época, o MinTur já considerava relevante o atraso. Foi concluído oito anos depois de iniciado.
O governo do estado decidiu privatizar o local. Ou, melhor dizendo, constituir uma PPP, Parceria Público Privada. O contrato para administração do Terminal Turístico de Barra Grande foi assinado na manhã de quarta-feira (23/12/2020), em Teresina, pelo secretário de Estado do Turismo, Flávio Nogueira Júnior e o empresário Raimundo Evangelista (confira detalhes aqui).
A concessão administrativa envolve a modernização e profissionalização do uso do equipamento, assim como possibilita a incorporação de novas atividades voltadas para o melhor aproveitamento da infraestrutura existente. O governo deve empreender uma reforma (que ainda não começou) para entregar o equipamento à iniciativa privada em perfeitas condições.
O prazo de concessão será de dez anos e envolve também ações em projetos de infraestrutura, inclusão social, conservação e educação ambiental. “É com muita felicidade que assinamos este contrato. O local irá fomentar e impulsionar o turismo em toda a região litorânea. Além disso, facilitará não somente o embarque e desembarque, como também será um centro de apoio aos turistas”, disse o secretário Flávio Nogueira Júnior. O discurso na época de sua inauguração foi o mesmo.
( Por:Toni Rodrigues)
Fonte; Jornal da Parnaíba
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