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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

TRÊS ANOS SEM JAIME LINZ, O COMUNICADOR DA SAUDADE

Por Tércio Solano  – Jornalista – Recife-PE
Terça feira, três de novembro de 2015. Era uma madrugada tropical ainda escura e silenciosa. Nem os primeiros raios da aurora haviam  surgidos no horizonte, nem tampouco se ouvia o cantar das passaradas.
Naquele romper do dia, nos arredores de Parnaíba, um vento forte soprava  vindo do litoral, sacudindo estranhamente as plantas que envolviam o jardim em frente à casa do radialista Jaime Linz. Tudo levava a crer em prenúncio de algo anormal que estaria a ocorrer no início daquela manhazinha calma de primavera.
Eu, Tércio Solano, irmão de Jaime Linz, confesso-lhes em particular. Durante a noite anterior não dormi. Nesta agonia de espírito e material senti alguma coisa misteriosa anunciar um acontecimento desagradável.
De fato, aquele vento forte que murmurava parecendo um lamento, imitando um choro convulsivo, retratava um sinal de dor, de que ali, naquela casa havia alguém sentindo se mal. Na verdade, uma pessoa estava prestes a partir de um mal súbito.
Tratava-se de Jaime Linz Solano Lopes.
Naquela madrugada, cheguei á conclusão, de que humanamente falando, a vida é tanto quanto um sopro ao apagar de uma vela quando exposta à brisa.
Assim, a voz inconfundível do comunicador do rádio parnaibano, paralisava para sempre. Uma pena. Sua capacidade de falar, de expressar-se chegava ao fim dessa existência aqui na terra. Era um adeus final. Jaime Linz, como era conhecido pelos ouvintes que o personificavam. Numa das dependências de sua casa, no silêncio daquele alvorecer, cruzava os braços e serenamente expirava. Despedia –se de todos, dos amigos, dos seus familiares.
Jaime Linz, pertenceu às primeiras gerações de seletos radialistas parnaibanos, iniciando sua carreira, em 1963. Quando a sua voz através das radiações de ondas curtas e médias da PRJ4ZY7-Rádio Educadora de Parnaíba chegava a nossa plaga. A partir dali, Jaime Linz persuadia –se e vaticinava sua profissão, vindo ao ar, pela primeira vez  no dia 23 de setembro de 1963, tendo vivido entre grandes nomes da radiofonia piauiense a exemplo de: Nelson Chaves, a que lhe deu todo apoio, Nelsinho Filho, Fonseca Mendes, Rocha e Silva, Oliveira Júnior, Murilo Ferreira, J.Gomes Genes Rocha, Lopes Martins, José Augusto, Rubem Freitas, dentre outros como Luiz de França no comando. Por isso, o profissionalismo de Jaime Linz, tornou-se uma página na radiofonia piauiense.
Sua grande contribuição no rádio, centralizava-se no rico acervo discográfico da velha guarda, que o caracterizou de “Jaime Linz O Comunicador da Saudade”.
Ainda adolescente iniciou a carreira, em serviços de alto falante de bairros, em Parnaíba. Em seguida, passou a falar nos estúdios de emissoras de rádio. Só para recordar alguns programa de Jaime Linz, de grande audiência: “Show Musical  da Semana”, uma promoção do creme dental Kolinos, pela Educadora em 1968,  Bazar da Alegria Educadora, 1969, depois veio outro excelentes Programas como “ O Cantinho do Waldcik, criado por ele, e com a ideia do próprio cantor Waldick Soriano,  além de “Recordar é Viver, Noite de Saudade e tantos outros programas nostálgicos. Se um dia por ventura, o livro da biografia de Jaime Linz, intitulado “JAIME LINZ O COMUNICADOR DA SAUDADE, for lançado, todos terão a oportunidade de ler a vida desse profissional.
A obra que tem 280 páginas, está concluída, e tem  a participação de alguns parnaibanos  que contribuíram com o prefácio e dedicatórias ao Jaime Linz.
O livro em si, é assaz acessível ao leitor, não somente pela clareza  simples da linguagem literária, mas  pelo fato de ser um trabalho que não exigiu filologia, porém um registro da experiência vivida pelo radialista parnaibano Jaime Linz.

a24Horas

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