SERVIDORES TERCEIRIZADOS DA AGESPISA TEMEM CALOTE E COBRAM GOVERNADOR RAFAEL FONTELES E ZÉ SANTANA

Terceirizados denunciam atraso de salários e apontam risco de calote após transição da Agespisa; empresa contratada aguarda repasse do Governo do Estado.

Os servidores terceirizados que prestam serviços à AGESPISA, por meio da empresa Bellazartes-Alfa, vivem dias de aflição e incerteza. Com a extinção oficial da estatal, ocorrida no último dia 20 de junho, os trabalhadores passaram a temer um verdadeiro calote, diante do atraso nos pagamentos e da falta de garantias concretas quanto à quitação dos seus direitos.

Em conversas com a própria Bellazartes-Alfa, os funcionários foram informados de que a empresa está aguardando um repasse do Governo do Estado para honrar seus compromissos. No entanto, enquanto esse repasse não vem, o que cresce é a angústia dos trabalhadores, que têm contas a pagar e famílias a sustentar.

Mais grave ainda é que o contrato firmado entre o Estado e a empresa Bellazartes-Alfa prevê um prazo para pagamento dos salários. O não cumprimento acarreta multa contratual, o que evidencia a responsabilidade direta do poder público nessa crise.

"A gente escuta promessas, conversa fiada e jogo de empurra. Enquanto isso, estamos sem salário e sem qualquer segurança. É como se fôssemos descartáveis", desabafa um trabalhador que prefere não se identificar, com medo de represálias.

O cenário expõe o desrespeito com quem sustentou, ao longo dos anos, os serviços operacionais da Agespisa, mesmo sob condições muitas vezes precárias. Agora, com a privatização em curso e a nova empresa assumindo os serviços, os terceirizados ficam à margem, invisíveis aos olhos de quem deveria garantir seus direitos.

A omissão do governador Rafael Fonteles e do presidente da Agespisa, Zé Santana, é inaceitável. Ambos têm conhecimento da situação e até o momento não deram respostas efetivas nem estabeleceram um plano de garantia dos direitos trabalhistas dos terceirizados.

“Falam em modernização, em concessão, mas esquecem das pessoas. A modernização não pode vir à custa do sofrimento dos trabalhadores”, afirma um representante sindical.

A expectativa é que o Governo do Estado faça o repasse imediato à empresa Bellazartes-Alfa e fiscalize o cumprimento do contrato. Caso contrário, além do calote, os gestores estaduais correm o risco de responder judicialmente por conivência com a violação de direitos trabalhistas.

Os servidores e suas famílias cobram respeito. E não aceitam calar diante do descaso.