Donizetti Adalto foi assassinado em 19 de setembro de 1998, na capital piauiense. O juiz Antônio Nolleto comandou o julgamento do caso e o promotor de Justiça, Régis Marinho, representou o Ministério Público do Estado do Piauí.
Em seu depoimento, Djalma negou a acusação do crime. Ao ser questionado sobre quem poderia ser o autor, ele destacou que não teria como atribuir a quem quer que fosse, a não ser os nomes já vinculados ao processo. Em relação às provas dos autos, Djalma Filho frisou não há provas e as que estão sendo apuradas ‘resvalam da verdade’.
Sobre seu relacionamento com Donizetti Adalto, o ex-vereador descreveu que os dois tinham um relacionamento cordial com um objetivo em comunhão no contexto eleitoral da época. Djalma frisou que ele era o homem respeitado no meio político vindo já de algumas eleições, mandados e o jornalista o homem da televisão, do ‘palco’.
“Não tinha nada contra e tinha pontos a favor, relacionamento era de dupla face, era o mesmo que eu tinha com ele era o mesmo que tinha comigo. Um bom relacionamento. Diríamos que estávamos em parceria que se juntava, o que eu tinha de opinião formada, de respeito, ele tinha algo de trazer para a campanha, aquilo que se chama de popularidade, ser conhecido. Entre ser conhecido e ser votado, existe uma distância muito grande. Eu estava em uma campanha politica que precisava de 15 mil votos para me eleger. Ele iria ter mais de 100 mil votos, com 40%, seria 40 mil votos ou até mais [...] O dia a dia nossa era de cordialidade. Nós não tínhamos em que nos dividir ou degladiar, estamos em comunhão de propósito, nossa rotina era assim: pela manhã caminhadas nos bairros. A tarde reunião interna e em seguida o comitê a noite. Isso durante a semana, os fins de semana era destino a viagens no interior. Tivemos um desenrolar de uma campanha, onde aquilo que ele trazia onde era um nome conhecido para alguém que dava respeito a campanha, dois anos antes tinha recebido quase 7 mil votos em Teresina. Eu tinha ganho a respeitabilidade de liderança dos bairros. Donizette era o homem do palco, da televisão, eu era o homem dos bastidores. Eu tinha as pessoas, as lideranças. Essas pessoas estavam a campanha porque fazíamos uma boa dupla para cidade”, disse em parte do seu depoimento.
Djalma Filho também descreveu como ocorreu o momento da morte do jornalista, sobre como foram abordados e até a ida ao hospital. O réu também citou o período após o crime e como lidou com a acusação durante todos os anos.
Além disso, emocionado, o advogado revelou um diálogo com seu pai que dizia que ele só iria se livrar ‘do peso da acusação’ quando fosse julgado.
"Resgate do meu nome"
Em sua fala, o réu disse também esperar recuperar o seu nome. “De hoje eu espero ver o resgate do meu nome. A maior e melhor expectativa que tenho hoje, que é o resgate de meu nome que construí com muita dificuldade. Tenha vossa excelência que esse processo não destruiu não apenas o nome, mas a pessoa. Muitos de nós de nossa casa. Na época eu ia fazer 40 anos, agora eu tenho 63 anos, 23 anos depois. Tenha a mais plena certeza de que são dias e noites de que a pergunta que faço a mim, é o porque, porque estou no centro do furacão a que não tenho causa? Eu não guardo rancor de ninguém. Vossa excelência está diante de alguém que não tem participação no crime”, reiterou.
O caso
Natural do Pará, o jornalista Donizetti Adalto foi espancado e morto a tiros na madrugada do dia 19 de setembro de 1998, na Avenida Marechal Castelo Branco, no bairro Primavera, na zona Norte de Teresina.
No período, ele era candidato a deputado federal pelo PPS. O ex-vereador Djalma Filho estava no carro com a vítima e, de acordo com a denúncia do Ministério Público, teria sido o mandante do crime.
Fonte; Meio Norte
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